A Economia Criativa em tempos de pandemia

O ano de 2021 foi declarado o Ano Internacional da Economia Criativa para o Desenvolvimento Sustentável na 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas. A implementação desse Ano é liderada pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), em consulta com a UNESCO e com outras agências das Nações Unidas. No Brasil, mais de 120 shows on-line arrecadaram R$17,6 milhões em doações para combater o Covid-19

“O impacto econômico, social e cultural da pandemia será sentido durante muito tempo. Em contrapartida, a criatividade e a digitalização estão nos ajudando a enfrentar a crise. Neste momento tão controverso, a cultura, a criatividade e a conectividade se tornaram a espinha dorsal que une pessoas fisicamente separadas e estimula a solidariedade”, revela Edna Duisenberg, ex-chefe do programa de economia criativa da Organização das Nações Unidas (ONU).

Paralisia

A pandemia da COVID-19 paralisou a economia criativa. Desde a criação, a produção, a distribuição até o acesso, nenhum participante da cadeia de valor criativo foi poupado de seu impacto. A crise da saúde também revelou e agravou as vulnerabilidades pré-existentes no setor cultural. Muitos artistas e profissionais da cultura não foram incluídos no recebimento de ajudas sociais e financeiras que salvaram trabalhadores de outros setores.

Segundo estimativas da ONU, em 2020, o cancelamento de apresentações públicas por si só custou aos autores cerca de 30% dos royalties globais. A indústria cinematográfica global perdeu US $ 7 bilhões em receitas.

No Brasil, de acordo com a 12ª Pesquisa de Impacto da Pandemia do Coronavírus nos Pequenos Negócios, produzida pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o segmento registrou perdas de -64% no faturamento, uma recuperação de apenas quatro pontos percentuais se comparada com a penúltima pesquisa, realizada em maio e que registrou perdas de -68%.

“Esses são os empreendedores que encontram mais dificuldade para a retomada, pois ainda vivemos um momento delicado para realizar eventos que promovam aglomerações e a grande maioria das empresas que atuam com a Economia Criativa depende essencialmente da vacinação ampla para voltar a exercer as suas atividades”, comenta o presidente do Sebrae, Carlos Melles.

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