“As línguas devem ser respeitadas e abraçadas, jamais excluídas”, diz relator


O direito à língua é uma questão de direitos humanos tanto para as minorias como para os povos indígenas.

A declaração é do relator especial* para os Temas de Minorias, Fernand de Varennes. Segundo ele, os idiomas são ferramentas essenciais para a comunicação e a partilha de conhecimento, memória coletiva e história.

Línguas, matemática e outras disciplinas

Além disso, são as línguas que garantem a participação equitativa e íntegra na sociedade.

O relator acredita que uma das formas mais eficientes de dar autonomia às minorias e aos povos indígenas é garantindo que as línguas que falam possam ser utilizadas na educação e oferecidas, quando viável, em vagas de emprego e nos serviços públicos.

Indígenas brasileiros na sede da ONU

A preocupação do especialista é com a redução dessas ofertas e até mesmo a exclusão de serviços em línguas indígenas na formação dos alunos. O especialista argumenta que é uma obrigação dos Estados: treinar os professores nas línguas locais, promover a língua materna, ensinar não apenas línguas, mas também matemática e outras disciplinas no idioma da criança incluindo as línguas oficiais.

“Nacionalismo majoritário”

Para ele, esse é o caminho da não discriminação e da igualdade e que respeita a lei internacional.

Fernand de Varennes afirma que para celebrar a riqueza da diversidade linguística é fundamental se distanciar de novas formas de um “nacionalismo majoritário” que presume que as sociedades e países têm de ter apenas uma língua excluindo as outras.

O relator afirma que esta é uma postura inconsistente com sociedades inclusivas que respeitam os direitos humanos e os direitos das minorias e dos indígenas.

*Os relatores de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem salário pelo seu trabalho.



Source link

Leave a Reply

I accept the Privacy Policy * for Click to select the duration you give consent until.