O Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, encontrou-se nesta sexta-feira, em Nova Iorque, às margens da 78ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Foi a primeira sessão informal juntando representantes de alto nível, após a 15ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo do bloco lusófono, ocorrida em agosto passado em São Tomé e Príncipe.
Prioridade na presidência rotativa
Em declarações à ONU News, durante a semana, o primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, já tinha apontado a prioridade de se ressaltar a relevância do idioma durante a atual presidência rotativa assumida pelo seu país.
“Nós estamos a presidir a Cplp e vou falar aqui em português, embora não seja uma língua oficial das Nações Unidas. É um desafio que temos de fazer com o português, que é falado por milhões de pessoas no mundo, para que possa vir a ser uma língua oficial das Nações Unidas.”
O aumento da influência global da língua portuguesa foi uma das questões prioritárias na reunião na ONU. A liderança esteve a cargo do ministro da Presidência de São Tomé e Príncipe no Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares. Gareth Guadalupe ocupa a pasta dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades do país.
Nessa sessão, o secretário executivo da Cplp, Zacarias da Costa, defendeu a continuação de ajustes em áreas como política e diplomacia para o sucesso dos projetos do bloco. Ele acaba de começar o novo mandato até 2025.
Reforço da cooperação
“Os ministros estiveram aqui quase todos os presentes olhando para aspectos de coordenação e concertação político-diplomática, que é importante termos neste momento em que estamos aqui todos em Nova Iorque. Foi essencialmente isso. Olhando um bocadinho para as que foram as grandes decisões na última cimeira em São Tomé e Príncipe, e para aspetos de coordenação nos próximos fóruns internacionais. No próximo ano, teremos inúmeras atividades que naturalmente exigem da parte da Cplp, um diálogo contínuo e um reforço dessa cooperação.”
O novo ciclo do bloco lusófono decorre sob o tema “Juventude e Sustentabilidade na Cplp”. Para o ministro português dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, a atuação nesse sentido carece de esforço de todos em várias frentes, incluindo nas Nações Unidas.
“É um tema muito pertinente, que precisa de ser trabalhado em muitos âmbitos diferentes incluindo, naturalmente, no quadro das Nações Unidas. E esse foi o segundo aspecto: o que é que nós podemos e devemos fazer aqui nas Nações Unidas, já que estamos reunidos na Assembleia Geral. Nessa matéria há muita coordenação, em diferentes aspectos, seja no quadro das comissões para tratar de resoluções ou declarações específicas, seja no âmbito dos encontros regulares que os embaixadores mantêm. Falamos também da identificação dos passos necessários para que o português seja uma língua oficial das Nações Unidas, que é afinal aquilo que merece ser.”
Na sessão do Conselho de Ministros da Cplp realizada em agosto, em São Tomé, foram ajustadas as regras relativas aos observadores associados. O evento marcou a adoção da entrada do Paraguai para essa categoria no bloco lusófono.