O Fórum Permanente sobre Afrodescendentes iniciou sua segunda sessão nesta terça-feira na sede das Nações Unidas em Nova Iorque.
Mais de mil pessoas devem participar na reunião, que busca elaborar uma declaração final sobre a promoção, proteção e pleno respeito aos direitos humanos dos afrodescendentes.
Plena igualdade e justiça para afrodescendentes
Na abertura, o secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou que o fórum demonstra o compromisso da comunidade internacional de acelerar o caminho rumo à plena igualdade e justiça para os afrodescendentes em todos os lugares.
Para Guterres, a diáspora africana enriqueceu as sociedades em todo o mundo e contribuiu para todos os campos da atividade humana. No entanto, ele lembrou que os afrodescendentes continuam a enfrentar o racismo e a discriminação sistêmica.
O chefe da ONU pediu urgência para livrar a sociedade do racismo e garantir a plena inclusão política, econômica e social dos afrodescendentes.
O evento de alto nível também teve a participação da ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Franco. Para ela, agora é hora de focar em reparação e memória.
Anielle Franco afirma que a paz, a democracia, a segurança internacional, o combate às desigualdades e a garantia de direitos humanos “só irão coexistir quando os séculos de racismo sistêmico” forem reparados.
Em sua declaração, ela ressaltou que o Brasil apoia que seja renovada a da Década Internacional de Afrodescendentes, que segue até o final de 2024.
Compromisso do Brasil
O presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, enviou uma mensagem gravada que foi transmitida na abertura do fórum.
Ele afirmou que o Brasil reitera seu compromisso com a luta pela igualdade racial, tanto nacionalmente como globalmente, afirmando que o país estaria disposto a receber o próximo fórum.
Lula ainda falou sobre o episódio de racismo sofrido pelo jogador de futebol Vinícius Júnior na Espanha na última semana e gerou reações em todo o mundo.
Declaração para proteger direitos dos afrodescendentes
Até o dia 2 de junho, os debates devem abordar preocupações sobre os direitos humanos dos afrodescendentes em questões como justiça reparatória global, racismo sistêmico e estrutural, assim como saúde, bem-estar e trauma intergeracional.
O Fórum Permanente foi criado pela Assembleia Geral das ONU em 2021 como parte das ações da Década Internacional de Afrodescendentes. Com 10 especialistas, a plataforma tem o objetivo de contribuir para a inclusão dos afrodescendentes em suas sociedades sem nenhum tipo de discriminação.
Para a ONU, o evento contribui com a inclusão política, econômica e social das pessoas afrodescendentes e avalia a implementação do Programa de Ação de Durban, que trata do enfrentamento a todas as formas de discriminação racial.