A insegurança alimentar aguda deve aumentar em 18 focos de fome se não houver ação imediata.
A advertência é do novo relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, o Programa Mundial de Alimentação, PMA.
Situação de insegurança alimentar
Países como Afeganistão, Haiti, Nigéria, Burquina Fasso, Mali, Somália, Sudão do Sul, Sudão e Iêmen levantam maior preocupação.
Entre as nações de língua portuguesa, Moçambique precisa ser acompanhado apesar de estar fora da lista.
O impacto do ciclone Freddy e os efeitos do conflito na província moçambicana de Cabo Delgado, no norte, fazem soar o alerta sobre um potencial risco de piora da situação de insegurança alimentar os próximos meses.
O relatório destaca a perda de 135 mil hectares de terras agrícolas em oito províncias com as inundações deste ano. Outro efeito foi a alta de casos de cólera.
Conflitos, extremos climáticos e choques econômicos
Até março, pelo menos 3,1 milhões de pessoas sofriam de insegurança alimentar aguda e necessitavam de assistência urgente em território moçambicano.
A falta de acesso a algumas áreas de Cabo Delgado causou um aumento seis vezes maior dos afetados em comparação com o ano anterior.
O Haiti passou a figurar entre os pontos críticos de fome, tal como Burquina Fasso, Mali e Sudão.
Cerca de 4,9 milhões de haitianos, ou quase metade da população do país, enfrenta altos níveis de insegurança alimentar aguda.
Fatores agravantes requerem atenção mais urgente
O novo relatório ressalta que em vários pontos de fome a situação se agrava e destaca o preocupante efeito multiplicador que choques simultâneos sobre a insegurança alimentar aguda.
São conflitos, extremos climáticos e choques econômicos continuam levando cada vez mais comunidades à crise.
O PMA ressalta que todos os pontos em nível mais alto têm comunidades que enfrentam ou estão projetadas para enfrentar a fome, ou correm o risco de deslizar para condições catastróficas.
Elas já apresentam níveis emergenciais de insegurança alimentar e enfrentam graves fatores agravantes requerem a atenção mais urgente.