Alexandre Pais defendeu também que são necessárias iniciativas para dar a conhecer aos visitantes outras zonas e monumentos menos visitados na capital, durante uma audição na Assembleia Municipal de Lisboa, que está a ouvir várias entidades do setor para elaborar o relatório “Cidade Menos Visitada”, para recomendar à Câmara de Lisboa a “definição e implementação de uma estratégia de dispersão dos fluxos turísticos”.
O presidente da MMP, que assumiu o cargo há cerca de seis meses, admitiu que ainda não tem uma estratégia “muito clara” para resolver “a pressão muito grande” sobre espaços como o Mosteiro dos Jerónimos, Torre de Belém e os museus dos Coches e do Azulejo, mas adiantou que entre as soluções estarão formas de levar turistas para fora de Lisboa, com a promoção de espaços em locais que são Património Mundial, como Mafra, uma vez que “Sintra já atingiu o seu limite de capacidade”.
“O Museu da Música também vai sair daqui da órbita de Lisboa, vai para a Mafra, abrirá para o ano e, portanto, também será uma ideia promovermos Mafra – Património da Humanidade, mas como um espaço ligado à música”, disse.
O responsável destacou que esta ideia de alargar o perímetro das atrações turísticas pode envolver também outros espaços em localidades que são Património da Humanidade, como Évora e “eventualmente Alcobaça”, que ficam a uma hora ou hora e meia de Lisboa, o que “é aceitável para a maioria” dos visitantes estrangeiros.
“Nós temos capacidade para ter mais turistas, mas, de facto, há uma distribuição deficiente”, sublinhou.
O responsável destacou que seria importante um aeroporto na zona centro, “porque isso iria retirar uma série de turistas das zonas, neste momento, mais sobrecarregadas e poderia cativar uma série de turistas”, nomeadamente para Fátima, Tomar ou Batalha, por exemplo.
Segundo Alexandre Pais, o Turismo de Portugal apresentou há cerca de duas semanas uma estratégia de promoção de Portugal para os próximos cinco anos baseada na cultura, no património e na gastronomia.
“Quando nós já temos espaços completamente no limite da sua capacidade, como é o caso do [Mosteiro dos] Jerónimos, que é de facto um caso muito preocupante, a Torre de Belém e mesmo o Azulejo, que estão a ultrapassar a sua capacidade, nós temos de ter aqui uma alternativa”, justificou.
Em relação à cidade de Lisboa, defendeu também uma desconcentração do turismo, exemplificando com a criação de percursos para observação de azulejos, devido ao interesse manifestado pelos visitantes no Museu do Azulejo.
Para promover o interesse em espaços que não têm tantos visitantes, como o Museu do Chiado, apontou a necessidade de criação de sinergias com outros museus de arte contemporânea “que existam na cidade e fora da cidade”.
No caso do Museu Nacional de Etnologia, outro dos que estão “subvalorizados”, sugeriu a criação de estratégias comuns entre este museu e o Museu de Terra de Miranda, em Miranda do Douro, “de forma a criar aqui uma potência em que quem tenha mais tempo para estar em Portugal vá visitar aquela região”.
“Não há uma única solução, temos de encontrar várias estratégias para resolver. […] Estamos a tentar realizar este inverno como um período de reflexão e de contactos para ver se no próximo verão conseguimos fazer algo”, acrescentou.
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