Ondas de rádio projetam a “voz da população” na República Centro-Africana


Em suas missões de paz pelo mundo, a ONU conta com 16,5 mil civis como boinas-azuis. São mulheres e homens que servem ao lado de militares e agentes policiais em regiões que se recuperam ou estão em conflito.

Neste Dia Mundial do Rádio, a especialista do Departamento de Assuntos Civis, Carla Lopes, fala à ONU News sobre o impacto da rádio da Missão de Paz na República Centro-Africana, conhecida como Guira FM.

Árvore do Palavreado

A Minusca é uma operação onde já serviram dezenas de boinas-azuis de língua portuguesa da África, do Brasil e de Portugal em apoio à recuperação pós-conflito.

O nome Guira significa Árvore do Palavreado. A rádio funciona há nove anos fazendo interagir ouvintes centro-africanos e cidadãos nacionais e internacionais atuando na operação de paz.

Operações de paz da ONU defendem que atuação deve ser em diversas  dimensões para apoiar a estabilização

Operações de paz da ONU defendem que atuação deve ser em diversas dimensões para apoiar a estabilização

 

Para Carla Lopes,  as frequências de rádio ampliam a voz da população local e  também os esforços da missão e do país para que a segurança, os processos e os acordos locais de paz sejam reais.

“Ela dá igualmente palavra às comunidades, nomeadamente mulheres e jovens, que têm assim a possibilidade da dar o seu ponto de vista sobre questões como segurança nas suas zonas de residência. Por outro lado, acrescenta valor à missão, ao divulgar o impacto das atividades e dos projetos e as ações concretas que beneficiam as comunidades locais para divulgar promover a coesão social, a reconciliação e a participação eleitoral das comunidades. É definitivamente a principal ferramenta de comunicação da Minusca.”

Reconciliação

Como Carla Lopes, civis atuam em missões de paz como voluntários, consultores ou contratados promovendo os direitos humanos, o Estado de direito, os processos políticos, a reconciliação e temas como o cuidado com as minas.

O guineense Braima Jamanca, que está a cargo da logística, acredita que nas ondas do rádio se pode privilegiar a interação e transmitir com clareza o que a ONU faz no país que se recupera agora da instabilidade agravada em 2012.

“A Minusca veio cá para assistir o governo centro-africano no processo da paz. Comparado a outros meios de comunicação, o rádio é o único meio que faz a cobertura total no país. Isso permite que se possa discutir, em debates, abordar temas específicos e publicar o trabalho que nós estamos a fazer. Aceitamos que o público possa intervir para nos perguntar. Nós damos esclarecimentos. Colaboramos com o governo em vários domínios. E nós, Minusca, precisamos de informar ao público, a Rádio Guira FM é muito importante para o país, porque é a única que cobre o território centro-africano inteiro.”

Para ele, a estabilização precisa de um clima de confiança entre as autoridades, a operação de paz e o público. O rádio imprime essa dinâmica cruzando áreas vitais para o desenvolvimento.

Mobilidade dos cidadãos

“Também participamos na construção de estradas. Por exemplo, no interior do país há muitas pontes que foram destruídas durante a guerra e nós é que estamos a reparar nesta altura. É muito importante informar o público, porque isso ajuda não somente a mobilidade da comunidade, mas também dos cidadãos centro-africanos. Recentemente, tivemos uma crise de combustíveis e o representante especial tomou a iniciativa de dar combustível aos hospitais. Era um momento crítico. A rádio Guira FM nos permitir dar a conhecer ao cidadão o que se estava a fazer. É muito importante o que se está a fazer.”

Frequências de rádio ampliam a voz da população local

Frequências de rádio ampliam a voz da população local

Passar a informação para melhorar vidas num ambiente de estabilização inclui servir uma minoria que tem acesso a redes sociais, TVs e alertas de notícias pelo celular.

A estação de rádio promove a cultura da paz, a reconciliação e a autoridade do Estado. A Guira FM foi ao ar um dia antes do início da operação de paz e passa ininterruptamente notícias e produções em francês e sango, as línguas oficiais.

As operações de paz da ONU defendem que a atuação deve ser em diversas  dimensões para apoiar a estabilização.



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