Neste Dia Internacional de Pessoas Afrodescendentes, as Nações Unidas pedem que continuem havendo manifestações contra todas as ideias de superioridade racial, aliadas à atuação global para libertar as sociedades do flagelo do racismo.
Na data, a organização promove as contribuições da diáspora africana em todo o mundo e a eliminação da discriminação em todas as suas formas.
Afrodescendentes ao longo da história
Por ocasião das celebrações, especialistas independentes solicitaram que a Assembleia Geral da ONU avalie a proclamação da segunda Década Internacional para Pessoas de Descendência Africana para o período 2025-2034.
A meta é revitalizar as medidas “para abordar a discriminação sistêmica e os legados do passado para que seja alcançado o pleno reconhecimento, justiça e desenvolvimento para pessoas de ascendência africana em todo o mundo”.
Em mensagem, o secretário-geral António Guterres destaca o momento de comemoração dos ganhos e feitos culturais, econômicos, políticos e científicos de afrodescendentes ao longo da história em todas as áreas de atividade humana.
Guterres cita o impacto do continente africano e das pessoas descendentes da região no desenvolvimento, na diversidade e na riqueza das civilizações e culturas mundiais que são parte do patrimônio comum da humanidade.
Direitos humanos
Para o secretário-geral, a discriminação de pessoas de descendência africana em todo o mundo é reconhecida, bem como os obstáculos enfrentados para concretizar plenamente seus direitos humanos.
O chefe da ONU aponta o racismo, a marginalização e a estigmatização como fatores que ainda prejudicam o mundo, em meio ao legado de séculos de escravidão e exclusão que reverberam em desigualdades e injustiças enraizadas.
Nos últimos três anos, Guterres defende que houve uma dinâmica renovada de mudança, baseada no movimento global antirracismo de 2020.
Um dos marcos foi o novo Mecanismo Internacional de Especialistas Independentes para Promover a Justiça Racial e a Igualdade no contexto da Aplicação da Lei e do Fórum Permanente de Afrodescendentes.
Promover a Justiça Racial e a Igualdade
As Nações Unidas criaram uma equipe antirracismo, liderada pela assessora especial, Mojankunyane Gumbi, para implementar o Plano de Ação Estratégica para Combater o Racismo e Promover a Dignidade para Todas as Pessoas.
Guterres pede que as comemorações do 75.º aniversário da adoção da Declaração Universal dos Direitos dos Direitos Humanos impulsionem medidas rápidas e robustas para promover a igualdade e combater o racismo, a discriminação racial e a xenofobia.
O apelo feito aos Estados é que tomem medidas concretas, envolvendo os afrodescendentes e suas comunidades, contra as antigas e novas formas de discriminação racial e para desmantelar o racismo estrutural e institucional enraizado.