Rede Global de Acadêmicos da Liberdade se reúne no Museu do Futebol


A cidade de São Paulo vai sediar neste sábado (31), no Museu do Futebol, o primeiro encontro da Rede Global de Acadêmicos da Liberdade.

Pessoas que estudaram em universidades durante e depois de passarem por encarceramento participam do evento para trocar experiências acadêmicas, vindas de diversas regiões do país e de 12 países da América Latina, África e Europa.

De acordo com a SENAPPEN – Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça, o Brasil tem atualmente mais de 800 mil pessoas encarceradas, mas somente 16% delas está matriculada em algum curso educacional.

Das que estudam e estão privadas de liberdade, cerca de 3 mil fazem algum curso superior ou técnico profissionalizante, e o restante, cursos de alfabetização, de ensino fundamental e médio.

Nascido no Morro da Mangueira, o carioca Fábio Serra faz parte desta estatística de educação no encarceramento.

Professora da Universidade Estadual do Maranhão, Karine Biondi é antropóloga e desenvolve estudos etnográficos sobre criminalidade. Ela quer no encontro da Rede Global de Acadêmicos da Liberdade conhecer outras experiências para pensar políticas públicas que garantam o direito da população encarcerada brasileira de iniciar ou continuar estudando, mesmo estando privada de liberdade.

Cearense, Jota Carvalho ficou por quatro anos no cárcere. Hoje com 31 anos, ele é diretor de marketing da Academia Brasileira de Letras do Cárcere e também estará no encontro do Acadêmicos da Liberdade.

A Lei de Execuções Penais permite que presos que leem nas celas tenham sua pena reduzida em quatro dias se o detento ler e resenhar uma obra da biblioteca. Pela legislação, o preso pode reduzir até 48 dias da pena por ano, já que existe um limite de livros a serem resenhados de 12 por ano.

O encontro da Rede Global de Acadêmicos da Liberdade acontece a partir das 14h deste sábado no Museu do Futebol. Aberto ao público em geral, a entrada é gratuita.



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